A cirurgia
Sempre tive um medo enorme de cirurgias, e eis que a minha primeira foi justamente para descomprimir a medula e evitar que eu ficasse tetraplégico. "Vamos lá fazer isso, doutor", pensei, tentando me convencer.
Chegou o dia e a hora da cirurgia. Eu, com meu colar cervical, sorrindo e brincando, mas, por dentro, morrendo de medo, fui encaminhado para a sala de cirurgia. Enquanto observava todos aqueles aparelhos que antes só via em séries como "Grey's Anatomy", conversava e brincava com os médicos, tentando aliviar a tensão. Até que chegou o momento da intubação, e ouvi:
"Olha, como você está com o colar e não podemos retirá-lo, vamos ter que intubá-lo acordado, mas aplicaremos um anestésico para reduzir o desconforto."
Eu concordei, afinal, era preciso fazer o que fosse necessário. Mas, quando o tubo começou a passar pela minha garganta, a sensação foi tão intensa que pensei que iria morrer ali mesmo. O desconforto era insuportável, mas, finalmente, perdi a consciência.
A cirurgia durou sete horas e meia, e o resultado foi positivo. Apesar do medo e da experiência traumática da intubação, não precisei de transfusões de sangue, e os médicos conseguiram reconstruir meus ossos e colocar 15 pinos em minha coluna.
Nos dias seguintes, enfrentei alguns contratempos, como um tromboembolismo pulmonar duplo e um infarto no pulmão, que me levaram à UTI por menos de 24 horas. Desde então, tenho tomado anticoagulantes para reduzir o risco de trombose. Mesmo com todos esses desafios, me recuperei bem, sempre tomando todos os cuidados necessários, e ainda hoje, faço uso preventivo do anticoagulante.
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