O primeiro susto!
2 dias após a cirurgia, tive uma queda brusca de oxigenação. Em questão de minutos, tinha uma equipe médica a minha volta. Após uma angiotomografia com contraste, constataram um tromboembolismo pulmonar duplo e infarto no pulmão. Fui conduzido, primeiramente para a VNI (Ventilação Não Invasiva) e após tentativas frustradas, me encaminharam direto pra CTI.
(Eu na VNI)
Naquele momento, cheio de medo, por perceber ali, uma possibilidade real de morrer, conversei com minha esposa e pedi para definirmos ali, o nome de nossa filha. E escolhi Angela*.
Fui encaminhado para a CTI, recebi as doses de ataque do anticoagulante e, por não haver possibilidade de acompanhantes, minha esposa retornou para a casa onde morávamos, em Mariana (a aproximadamente 110km do hospital onde eu estava internado) e os médicos prometeram a ela que dariam o boletim médico todos os dias, se não me engano, por volta das 16h.
Eu não me lembro de quase nada da CTI. Sei que tive muitas alucinações nesse período porque estava sob efeito constante da morfina devido às dores que sentia, pois tinha mais de 20 tumores espalhados pelo corpo e, quase todos eles, nos ossos... E isso dói DEMAIS!!!
Menos de 24h após minha internação, minha esposa, em casa, recebe uma ligação do hospital fora do horário do boletim... Ela tremia ao atender o telefone, até que foi avisada:
"Só gostaríamos de avisar que seu marido está bem e já vai sair da CTI".
Saí da CTI, mas o aporte de oxigênio ficou comigo durante quase toda minha internação. dos 51 dias internado, sei que ao menos 40 deles (ou mais), foram com o oxigênio. E acreditem, ele incomoda.
(Eu no oxigênio, que me acompanhou durante quase toda internação)
Felizmente, além da minha esposa, contamos com apoio e ajuda de alguns amigos que também foram passar um tempo comigo para que ela pudesse descansar, o que me possibilitou manter o bom humor e enfrentar tudo da forma mais leve possível pois, durante toda minha estadia ali, exceto pelas chamadas de vídeo, eu não pude ver meus filhos, pois estávamos em meio a uma pandemia e eu só pude abraçá-los, com a pouca força que me restava (pois ainda estava iniciando a fisioterapia para reduzir as sequelas da tetraplegia causada pelo tumor, revertida graças à cirurgia que citei no post anterior) quando finalmente cheguei em casa após os 51 dias de internação.
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